27 de março de 2012

O forte - Ao vencedor, as batatas



Bernard Cornwell (ou Bernardo milho bom, segundo o Azaghal) é, na minha opinião, um dos melhores escritores dos últimos tempos. Graças à ele redescobri minha paixão pela leitura. Todos os livros visam a exatidão histórica, Bernard se esforça em detalhar tanto o ambiente quanto a cultura local de cada livro. Todos os livros contém apendices com maiores detalhes sobre o período histórico do livro, sobre fontes, e até mesmo sobre o que é verdade e o que é invenção do autor.


O que me atraiu em "O Forte" foi a cronologia não linear, ou seja, além de a história não se focar em apenas um dos exercitos, temos alguns saltos temporais, um capítulo, por exemplo, explica o porque de o coronel Revere e o major William Todd não se darem bem, e alguns paragrafos depois, ambos estão em um navio discutindo uma estratégia de combate (apesar de Revere ser bem displicente); ou excertos de cartas que dão "spoilers" dos capítulos seguintes. Mesmo assim, não há confusão, o leitor entende perfeitamente em que parte da história ele se encontra e, mesmo sabendo o que irá (ou o que deveria) ocorrer no capítulo seguinte, a vontade de ver a descrição do evento é enorme.

O Forte se passa no periodo da guerra de indepêndencia dos Estados Unidos, focando especificamente na baía de Penobscot, um ponto estratégico para a Inglaterra, tanto militar quanto comercial, tomar esta baía adiantaria em muito a vitória dos rebeldes americanos, porém esta mesma baía oferecia uma ótima defesa natural, oferecendo proteção para os casacas vermelhas se reagruparem e aguardarem reforços.

Há dois protagonistas nesse livro, O general Peleg Wadswort e o general Francis McLean, ambos decididos a obter a vitória para o seu lado (Wadswort para os americanos e McLean para os ingleses). Os capítulos variam de um protagonista para o outro, o que torna intrigante a leitura, já que em alguns casos saberemos algo que um dos dois lados não sabe. O que torna as coisas mais divertidas, a vontade de gritar para eles o que está acontecendo (é viajei, mas eu me senti assim quando li).

Recomendo muito para quem curte história, mas não recomendo para os fracos de estomago, Cornwell não se restringe dos detalhes das mortes e ferimentos.

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